2006/08/29

Teoria da Lagoa Azul

Deixo hoje para discussão uma das minhas ideias mais polémicas: A minha Teoria da Lagoa Azul.

Toda a gente já viu o filme certo? Menino e menina ficam numa ilha deserta e vão-se descobrindo um ao outro até que descobrem que há muito mais para fazer com certos orgãos, do que aquilo que fazemos quando somos pequenos.

É aqui que eu discordo. Tenho para mim mesmo que, se algum dia esta situação pudesse ser testada, os seres humanos chumbavam no teste da reprodução.

O Homem tornou-se num animal social, e com isto, tudo o que para nós era instintivo há muito que foi apagado por regras e procedimentos sociais.

Temos hoje à nossa volta, e cada vez mais, sexo por todo o lado. Somos bombardeados com imagens desse âmbito todos os dias desde que nascemos. Isto obviamente na sociedade ocidental.

Mas imaginem que duas crianças (ou mais mesmo) são realmente deixadas a viver longe da sociedade, logo desde que nasceram. Que não lhe dão mais do que comida...

Nunca ouviram falar das crianças que crescem nas florestas e que não aprendem nunca a viver em sociedade? Porque em criança não tiveram contacto com mais seres humanos, estas pessoas nunca se habituaram a viver com e como as outras.

Pois bem, eu defendo que, se duas crianças do sexo oposto, forem deixadas sozinhas desde pequenas, sem nunca terem visto nenhum estímulo sexual explícito, mesmo depois de adultas, não vão conseguir reproduzir-se.

Ideias minhas?

Quem sou eu?

Foi Kundera quem me chamou à atenção para este pensamento assustador: nós não somos quem nós próprios pensamos ser, mas sim aquilo que os outros pensam de nós.

Kundera descreveu esta realidade numa cena em que um moribundo paralisado, chorava no seu leito da morte, de raiva e de frustração enquanto a sua esposa o observava chorar o que julgava ser lágrimas de arrependimento. Para a sua mulher este homem seria sempre um homem que morreu arrependido do que fez e que no seu leito da morte chorou pedindo perdão pelos erros que cometeu. Será assim que ele será lembrado. De nada serve ao moribundo pensar o contrário pois, lamentavelmente, não poderá nunca desdizê-lo.

Esta cena arrepiou-me. Faz-me pensar que eu, que faço por ser uma pessoa simpática, um gajo normalmente bem disposto e brincalhão, disposto a ajudar o próximo, alguém que age pelas convicções que tem mas não tem problemas em admitir os seus erros nem em pedir desculpa... Eu, dizia, se hoje me acontecesse alguma coisa, posso ficar na mente de alguém (ou até de muitos) como um rabujento, mal disposto, parvo, teimoso, etc., porque na verdade eu não posso controlar o que os outros pensam de mim.

Quantas vezes não acontece eu dizer algo a brincar e ser mal entendido?
Quantas vezes eu entro em discussões sem fim apenas por defender as minhas ideias até que me façam ver que estou errado?

Lembro-me que foi nos primeiros anos do ISEL que delineei para mim um "profile", uma maneira de ser que me agradava. Sempre gostei de fazer os outros rir. O riso dos outros é dos sons que mais me enchem o coração. E nessa altura encontrei nos meus amigos mais próximos a liberdade para ser o "eu" que nunca pude. E pareceu-me - lá está - que fazia esse papel bem. Tive liberdade para me exprimir, para conhecer imensas pessoas interessantes e crescer com elas. Tornar-me quem sou.

Hoje, passados alguns anos, acabo por ter dúvidas se sou quem penso que sou, se cheguei a fazer alguma escolha ou se, independentemente do que faça, o que vai ficar é sempre a imagem que fica e não a intenção ou a razão por detrás.

Confuso? Lá está, devem ser ideias minhas...

Desabafo de pobre

Se o ser humano fizesse a fotossíntese, o estado arranjaria maneira de taxar a luz solar.

2006/08/25

Secção das Perguntas Parvas:

Passo, a partir de hoje, a colocar algumas coisas no mesmo saco. Isto porque no fundo elas são a mesma coisa: perguntas parvas.
- Porque razão as naves dos filmes da série "Star Wars" gritam?
- Porque é que a palavra "muito" se lê "muiNto" e "seja" se lê "seIja"?
Parvoíce né?
Ideias minhas...

2006/08/01

Aqui há Fantasmas II

Comentário deixado neste post:
"Falas, falas e não dizes nada de interessante. Independentemente do filme ser real ou ficção , e estando eu no audiovisual à muitos anos, está muito bem feito dadas as condições! Conheces na realidade Sintra e o seu redor à noite? Imagino que não!"

Caro anónimo: reconheço que, de "audiovisual", conheço o ponto de vista do espectador, isto é, tenho a minha opinião em relação ao que vejo, baseada no meu próprio gosto, desenvolvido ao longo da minha vida.
Uma vez que gostos não se discutem (eu não gosto, tu gostas, what's the point?), resta-nos a tua questão: conheço a realidade de Sintra e o seu redor à noite?
Bem, dependendo do redor, reconheço que andar à noite por qualquer dos subúrbios da linha de Sintra, não pode deixar de ser perigoso! Aliás, eu moro na Amadora por isso...

Mas sei que te referes a coisas mais "esotéricas". Como decerto percebeste, tudo o que escrevi neste blog, foi escrito em tom de gozo e por puro divertimento. Mas nem por isso vendo de barato a existência de fantasmas!
O mais perigoso que há em "Sintra e o seu redor" são pessoas de carne e osso, com uma pancada enorme! Rituais satânicos e coisas que tais? Certo! Quando me apresentares resultados físicos, reais, palpáveis de qualquer dessas tretas, eu dou o braço a torcer. Do género um gajo que voa por ter vendido a alma ao diabo.

Mas sou mais radical que isso: se quiseres podes trazer também um milagre, feito depois de alguém ter arruinado a sua saúde, por ir de joelhos a Fátima.

Anónimo, felizmente o mundo na prática tem-se virado para quem apresenta provas. E a única representação do mundo que as apresenta regularmente, é a Ciência. É que se estivéssemos à espera que alguma religião, ou crença, pusesse um avião a voar...

Aaaaaahhhhhhh! Como eu gosto duma boa discussão!!!