E agora?
Aceitei a tua partida. Entendo que necessitas de mudar de ares para te voltares a encontrar. Sim, magoa que sejas egoísta ao ponto de teres dado por isto a crescer e não tenhas dito nada. É, como já me disseram, uma traição. A mim e a nós, ao que nós éramos. Mas eu amo-te como és, e tu és, de facto, assim: espontânea, por vezes explosiva, instintiva. Não ouves ninguém e isso irá trazer-te dissabores. Era esse, também, o meu papel: evitar os teus dissabores. Evitar que te magoasses quando julgavas que voarias se saltasses da janela. Mas desta vez apanhaste-me distraído e caíste mesmo. E agora?
Sinto que te perco a cada dia que passo sem ti. Perco-te dentro de mim! Não porque tu te afastes mas porque eu me afasto de ti também. E isso é algo que me custa porque neste momento em que escrevo não há nada que eu queira mais neste mundo que te ouvir meter a chave na porta e abraçares-me. Parvoíce...
Sei que a única hipótese que tenho de te voltar a ter, embora mesmo essa seja remota, é reconquistar-te. E isso só vai acontecer se eu tiver acesso a ti. E para isso necessito de aceitar que decidiste sair e mudar a tua vida e procurar algo melhor. Eis outra coisa que custa ouvir de alguém...
A verdade é que sinto a tua falta. E agora?